Ao olhar para você e para seu jeito adulto de ser, você acha que seu filho deseja ser adulto, a seu exemplo? Você brinca com seu filho? Seu filho brinca com você? Engana-se quem pensa que brincar é uma oportunidade somente para os pequenos. O adulto é brincante, a linguagem do brincar não pertence só ao infantil, e este, muitas vezes, é um equívoco da nossa compreensão do que é vida adulta, aonde acreditamos que ser adulto é sinônimo de abandonar o sujeito brincante.
Na brincadeira não há limites. A criança partilha, aprende, interage e amplia seu repertório de vivências por meio de brincar. Porém, por mais que as crianças tenham facilidade de imaginar e tornar tudo um momento apto para o brincar, os pais devem incentivar e fazer parte destes momentos. Afinal, é por meio da brincadeira que a criança e o adulto representam e recriam o mundo. A brincadeira nos permite reconhecer que não somos inteiros e sim uma conjugação de tempos dentro da gente.
O brincar é um direito e deve ser colocado como uma linguagem que tece interação, comunicação, produção de formas de ser e de se relacionar. A criança é despertada a criatividade do brincar a partir do momento em que ela vê reciprocidade nos seus pares e com seus pais, percebendo que seu brincar é importante e que não sugere uma atenção num tempo pré-determinado. Nenhum ser humano é inteiramente adulto, por isso a infância é uma condição que nos acompanha a vida toda. Deste modo, os diferentes tempos de vida, por meio do brincar, dialogam e se misturam na relação entre pais e filhos.
Portanto, reconheça-se como adulto brincante! Pais que têm relações lindas com seus filhos não são aqueles que tem horas programadas para o brincar, mas sim aqueles que sentem o brincar que lhes habita, acessam suas marcas de memórias e trazem possibilidades de brincar a partir da sua bagagem de adulto brincante.
Danielle Regina Barriquello
Coordenadora Educacional do Ensino Fundamental Anos Iniciais da
Rede Marista de Colégios.
Acesse https://vamosbrincar.org.br/, site criado com o objetivo de estimular formas criativas para o livre brincar, no qual as crianças e seus familiares, professores e educadores, podem registrar e encontrar, a partir de relatos, fotos e vídeos, as mais variadas brincadeiras que aprenderam ou inventaram com muita imaginação e criatividade.